Guia Turístico

Localização de São José

Na cidade de Ponta Delgada, na costa do sul do concelho, confronta com o mar e com as freguesias de Santa Clara, Arrifes e São Sebastião (Matriz).

População: Aproximadamente 10000 habitantes

Festa: São José – 19 março.

História:
A freguesia de São José acolheu a obra mais portentosa de Ponta Delgada no século XIX, com a construção do seu molhe artificial, iniciada a 30 de setembro de 1861, que viria a construir o início de uma nova era para a própria ilha de São Miguel. Era uma aspiração que já vinha de há séculos e que, durante estes, tanto os técnicos como se comerciantes micaelenses cuidaram de ver concretizada com base no ilhéu de Vila Franca do Campo. Mas as condições especiais da situação desse ilhéu e doo mar que lhe fica em frente sobrepôs-se a importância já adquirida por Ponta Delgada, nos capítulos social, industrial e comercial. Em 1867, já com uma muralha que se estendia por 544 metros, atacou aí o primeiro navio, mas o cais conheceu sucessivos prolongamentos nos anos 1937, 1942 e 1965.

Toponímia:
Deriva da dedicação da sua igreja paroquial a São José, edificada entre 1709 e 1714, como parte do extinto convento franciscano oriundo de 1525.

Locais de Destaque

Campo de São Francisco

A 9 de setembro de 1868 foi aterrado o Campo de São Francisco, em Ponta Delgada e nivelado de novo, sendo então cortado o adro do Convento dos Franciscanos para aí ser rasgada uma rua que ligasse diretamente com a praça.

A 12 de maio de 1871 foi inaugurado o primeiro coreto de madeira do Campo de São Francisco, em Ponta Delgada. Este coreto foi destruído por um incêndio a 24 de maio de 1957.
O segundo e o terceiro coreto foram inaugurados a 7 de maio de 1972 e a 5 de outubro de 1979, efetivamente, após destruição por incêndio.

A 11 de setembro de 1891, suicidou-se no Campo de São Francisco, em Ponta Delgada, o poeta Antero de Quental, representante máximo da chamada geração de 70, que desempenhou um papel decisivo no debate de ideias em Portugal. A 8 de abril de 1965 foi declarado como monumento de interesse publico o metrosídero do Campo de São Francisco.

Culto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres

O culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres na ilha de São Miguel remonta, com fé e a pujança que ainda hoje persiste, aos patrimónios do século XVIII, embora a imagem do Senhor tenha chegado mais cedo á ilha, no século XVI. Conta-se que oferecida pelo Papa Clemente VII a duas religiosas que haviam ido a Roma pedir bula para o seu mosteiro na Caloura.

Quando os Condes de Vila Franca do Campo decidem mandar construir, em Ponta Delgada, o convento da Nossa Senhora da Esperança, para acolher a congregação da Caloura e mantê-la a salvo dos corsários que assolavam a costa junto aos Mosteiros, a imagem acompanhou-as, ficando recolhida na Ermida de Nossa Senhora da Esperança da Paz.

Entretanto, em abril de 1700, a ilha de São Miguel é fustigada com violentos e intermináveis abalos sísmicos. Para pedir a proteção do Senhor Santo Cristo, a mesa da Misericórdia e os nobres da cidade decidem, no dia 11 de abril de 1700, levar a imagem em procissão, supostamente para que visitasse todas as igrejas da cidade.

A lenda diz que, durante o percurso, a imagem caiu do andor, perante o tumor da população. De regresso ao convento, porém, não se achou a imagem danificada, e os sismos terminaram. Vendo nestes factos um milagre, a superiora do convento, Madre Teresa da Anunciada, fiel devota de Jesus, inicia o processo de ressurgimento do culto ao Senhor Santo Cristo.

Desde então, muitos milagres lhe têm sido atribuídos e muitas graças pedidas, as oferendas dos fieis agradecidos ajudaram a construir um tesouro de um valor incalculável. E todos os anos, cinco semanas após a Páscoa, a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres sai do seu recolhimento para que o povo micaelense e milhares de forasteiros possam demonstrar-lhe o fervor da sua fé.

Ermida de Santa Catarina

Datada do século XVIII, insere-se no no solar com o mesmo nome, foi residência dos Viscondes/Condes de Santa Catarina. Na sua fachada encontra-se o brasão de armas dos seus fundadores, a família Rebelo de Castro, no seu interior existe uma bela imagem barroca da padroeira.

Ermida de Nossa Senhora do Desterro

É uma das ermidas mais belas da cidade, quer pelas suas características exteriores, onde se evidenciam os seus portões imponentes e o seu adro, quer pelo seu interior, onde se pode observar, no altar, um belo baixo-relevo. É uma construção datada do século XVII e enriquecida posteriormente, no século XVIII.

Palácio de Marques da Praia e Monforte

Situado na rua com o mesmo nome, é datado do século XIX e foi fundado pelo Marquês da Praia e Monforte. Este imóvel, com uma torre ao centro, tem varandas de ferro. Nesta casa assistiu à passagem da Procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em 1901, a raínha D. Amélia, para ver D. Carlos, no respetivo cortejo. No pós 25 e abril, o edifício passou para a posse da Região, sendo nele instalados serviços.

Palácio da Fonte Bela

Actual Escola Secundária Antero de Quental. Trata-se de uma construção de grandes dimensões, datada de meados do século XIX, sendo mandado construir por Jacinto Inácio Rodrigues da Silveira, barão de Fonte Bela. No século XX, durante os anos vinte, passou para posse do estado. Existe neste imóvel uma ala com tetos pintados e ricamente decorados.

Palácio da Conceição

Trata-se de um imóvel localizado no centro histórico de Ponta Delgada, datado dos finais do século XIX, construído em anexo ao antigo convento da Conceição, do qual resta ainda a igreja, bem como outras dependências. Ao longo do século XX funcionaram nele vários serviços, entre eles, a Sede do Governo Civil do Distrito de Ponta Delgada, sendo na atualidade a Sede do Governo Regional dos Açores.

Casa das Palmeiras

Situada no Largo 2 de março, arquitetura da autoria do engenheiro Abel Coutinho, que ali fez a sua obra prima e é icónica em Ponta Delgada, sendo agora Charming House – Alojamento Local, Acomodação e Pequeno Almoço.

Palácio da Justiça

Edifício datado do século XX, década de sessenta, com paredes lisas e grandes colunas. Na altura em que foi construído demonstrava modernidade para a época, não sendo utilizado o basalto pois o seu arquiteto, Read Teixeira, impediu que fossem utilizados materiais locais.

Alfândega

Edifício de características gigantescas e austeras, no contexto da cidade, pelas linhas retas, despidas de qualquer ornamento e com grandes colunas na entrada.

Coliseu Micaelense

Datada do ano de 1918, ao longo das ultimas décadas tem estado associado aos grandes espectáculos de palco decorridos na ilha. A sua historia regista espectáculos de natureza diversa, desde o teatro aos espectáculos musicais, passando pelos celebres bailes de Carnaval e o circo.

Igreja de São José

Antiga igreja de São Francisco – Majestoso edifício de origem Franciscana, que se encontra na zona poente de Ponta Delgada. Trata-se de um complexo religioso único em São Miguel, com três espaços religiosos numa única estrutura: um de invocação a São José, outrora a Nossa Senhora da Conceição, rainha de Portugal; outro de invocação a Nossa Senhora das Dores e, por ultimo, um de invocação ao Senhor dos Terceiros. Estes templos fazem parte do antigo convento, extinto no século XIX, restando dele apenas algumas dependências, como o claustro, que hoje faz das instalações da Santa Casa da Misericórdia.

Trata-se de um templo com um frontispício maneirista, com galilé de entrada. É um templo de três naves, com capela-mor e retábulo em talha dourada, havendo nas paredes dessa capela painéis de azulejo, azuis e brancos, com temas sacros, e um rico cadeiral, em madeira exótica. Nas capelas laterais, bem como em seus altares e retábulos, existem magnificas peças de arte sacra, entre elas: imagens de santos e santas. O teto das três naves é ornamentado com pinturas alusivas a temas religiosos. No coro alto há um orgão de tubos, recentemente recuperado. É nesta igreja que anualmente se realizam os grandes concertos de musica clássica, promovidos e organizados pelo grupo coral de São José, que brinca a população da cidade de Ponta Delgada com atuações de elevado prestigio e requinte.

Forte de São Brás

O forte de São Brás trata-se de uma construção de base poligonal segundo o projeto do Italiano, Tomaso Benedetti, quatro bulartes nos ângulos, preparados para receber peças de artilharia e cortinas de muralha baixas,  de grande espessura. No seu interior há uma praça de armas e, em seu redor, um conjunto de edifícios de épocas e configurações diversas. Ao longo dos séculos, foi sendo alterado com novos acrescentos e transformações. A sua função consistia em garantir a soberania nacional, proteger a cidade de Ponta Delgada e defender as frotas comerciais dos ataques dos piratas e corsários ingleses, franceses e argelinos.

Nossa Senhora do Parto

Anexo ao solar com o mesmo nome, hoje Pousada da Juventude, encontra-se recuperada. É datada do século XVII, pertenceu aos Medeiros Bicudo Pacheco de Castro.

Jardim António Borges

Do século XIX, foi fundado pelo patrono do mesmo, então administrador dos bens de Andrade de Albuquerque. Este parque tem espécies arbóreas de varias partes do mundo, formando um jardim de rara beleza, com um conjunto de grutas e de recantos, bem como a existência de dois belos mirantes, um simples e outra cisterna mirante, ambos recuperados recentemente pela Câmara de Ponta Delgada, sendo o ultimo transformado num espaço de exposições. Este jardim foi propriedade privada até aos anos cinquenta, altura em que passou para a posse da Câmara Municipal de Ponta Delgada.

Jardim Sena Freitas

Unidade urbana de lazer, com espaços cuidados e floridos. No local onde se encontra situado estiveram implantados dos grandes edifícios da cidade de Ponta Delgada: a igreja de São José, desaparecida, no século XIX, dando lugar ao Teatro Micaelense, desaparecido em Fevereiro de 1930, após um forte incêndio.